Por muito tempo, a América Latina foi ignorada pelas grandes operadoras de jogos online — mas isso acabou. A ascensão de plataformas como a 777fun ajudou a transformar a região em um polo estratégico para o iGaming global. Desde 2021, o cenário mudou drasticamente, com governos passando a enxergar o setor como fonte legítima de receita.
Essa virada foi impulsionada por um alinhamento raro: reformas legais bem estruturadas e avanço tecnológico. A previsão? Até 2027, a receita anual com jogos de azar online deve quadruplicar na região. Não é exagero dizer que o continente entrou no radar das principais marcas internacionais — e o Brasil lidera esse movimento.
Com a nova legislação aprovada em 2025, o Brasil deve responder por metade da receita gerada por iGaming na América Latina. O marco regulatório trouxe clareza, segurança jurídica e atraiu empresas que antes hesitavam. Agora, o país virou modelo para seus vizinhos e peça-chave na consolidação da indústria no continente.
Grandes potências do iGaming latino: onde o jogo já é regra
Nem todos os países da América Latina andam no mesmo ritmo — mas alguns já deixaram claro que o jogo é coisa séria. O Brasil estabeleceu uma estrutura robusta com licenças de R$30 milhões e imposto de 18% sobre o GGR. Em 2025, a expectativa é que o país movimente US$ 2,9 bilhões em jogos online, consolidando sua posição de liderança.
Na Colômbia, o modelo implementado desde 2016 é considerado um dos mais maduros da região. Com mais de 17 operadoras licenciadas e previsão de US$ 1 bilhão em receita neste ano, o país virou referência. O sucesso colombiano está diretamente ligado à clareza das regras e à capacidade de adaptação às novas tecnologias, como apostas em eSports.
Já a Argentina aposta em um modelo descentralizado. Cada província define suas regras — Buenos Aires lidera com tributações que variam de 10% a 25%. A receita estimada para 2025 gira em torno de €2,35 bilhões. A fragmentação pode parecer caótica, mas tem permitido uma adaptação mais ágil aos perfis locais de consumo.
O Peru entrou no jogo com força após aprovar sua legislação em 2022. O imposto fixado em 12% e os incentivos à transparência fizeram o mercado decolar. Estima-se que o país arrecade €1,82 bilhão até o fim de 2025. Além disso, houve uma valorização real de conteúdo de apostas, com foco em informações claras e acessíveis para os jogadores.
Por fim, o México segue como um gigante liberalizado, mesmo com uma taxa pesada de 30% sobre o GGR. O país atrai operadoras graças ao seu tamanho populacional e ao apelo cultural pelos jogos. Com mais de €1,5 bilhão em receita anual, o mercado mexicano está cada vez mais competitivo. Em contrapartida, a Costa Rica oferece liberdade total — ainda que sem o mesmo nível de regulamentação. E o Chile, mesmo em transição, promete ser um dos próximos a formalizar o setor, com um projeto de lei que pode destravar bilhões em receitas.
Os dilemas do crescimento: regulação, vício e tributação
O crescimento acelerado do iGaming na América Latina não veio sem efeitos colaterais. O aumento da base de usuários tem pressionado governos a reagirem diante dos riscos sociais envolvidos — especialmente em relação ao vício. Populações economicamente vulneráveis, com pouco acesso a educação financeira ou apoio psicológico, são as mais afetadas.
No Brasil, a nova lei de 2025 já prevê limites de depósito e a proibição do uso de cartões de crédito para apostas, buscando mitigar o impacto negativo. A Colômbia também intensificou suas ações: bloqueio de sites ilegais, novas exigências para operadoras e tentativas de regular a publicidade do setor. É uma resposta clara a um problema que cresceu rápido demais.
Além das preocupações sociais, surgem tensões no campo econômico. Alguns países ainda enfrentam incertezas sobre como tributar corretamente as operadoras. Faltam modelos consistentes e regras estáveis — o que gera dúvidas sobre quem realmente se beneficia desse boom digital. Operadoras legais pedem clareza. Governos buscam equilíbrio entre arrecadação e atratividade regulatória.
Enquanto isso, cresce a pressão para autorregulação da publicidade — algo já visto em outros setores sensíveis. A ideia é simples: limitar exageros, proteger o consumidor e evitar uma reação pública que possa frear a expansão do mercado. O desafio? Implementar tudo isso sem sufocar a inovação e a competitividade das plataformas.
Um novo centro de gravidade para o iGaming global
A América Latina está longe de ser apenas uma promessa. A região já virou realidade estratégica para grandes grupos globais, como a Flutter, que investe pesado na expansão regional. E mais: empresas locais como a UOL também estão se posicionando para capitalizar esse novo momento do setor.
Boa parte desse impulso vem da combinação de fatores tecnológicos e culturais. O uso massivo de smartphones criou um ambiente fértil para o crescimento do jogo móvel. Além disso, a integração entre plataformas de apostas e soluções fintech — como carteiras digitais e pagamentos instantâneos — facilitou a entrada de novos usuários e aumentou a confiança nas operações.
Outro ponto importante é o papel da tecnologia no desenvolvimento das plataformas. Soluções robustas, como as da Altenar, vêm ganhando espaço ao oferecer experiências de apostas mais dinâmicas, responsivas e adaptadas ao comportamento do público latino. Tudo isso reforça um ponto-chave: entender as nuances regulatórias e culturais de cada país é o que separa o sucesso da frustração para quem pretende operar por aqui.