Investir no mercado de capitais demanda visão estratégica. Entre iniciantes e até mesmo entre os mais experientes, persiste uma dúvida comum: é melhor investir em ETFs ou em ações? A resposta depende do perfil de risco, da perspectiva de investimento, do conhecimento, do tempo e do objetivo financeiro de cada investidor. Por um lado, as ações podem oferecer retornos robustos se bem-escolhidas, e, por outro, os ETFs garantem diversificação da carteira de forma simples com menor risco em comparação às ações individuais, mas ainda são ativos de renda variável.
Antes de definir a melhor escolha, é fundamental entender as características de cada alternativa e como elas se alinham aos objetivos do investidor. Diferentemente das ações, que requerem análise individual e monitoramento contínuo, ETFs proporcionam acesso a vários ativos com um só investimento, diluindo riscos específicos. Vale lembrar que, na maioria dos casos, a gestão do ETF é passiva, ou seja, o fundo apenas replica um índice, e não há seleção ativa de ativos pelo gestor.
Essa diferença influencia diretamente a forma como o investidor se posiciona diante de oscilações econômicas. Por isso, conhecer bem essas dinâmicas aumenta as chances de uma estratégia mais eficiente e alinhada ao seu perfil.
Este conteúdo não é uma recomendação de investimento.
O que são ações e ETFs? Veja as principais diferenças
Antes de decidir entre ações e ETFs, é fundamental compreender o que cada um representa. As ações são partes de uma empresa que, quando adquiridas, tornam o acionista sócio desse negócio. Ele receberá os lucros (dividendos) e participará dos riscos envolvidos. Ou seja, se a empresa performar bem, o preço da ação tende a subir, e ele pode lucrar com essa valorização ou com melhores dividendos.
Por outro lado, os ETFs são fundos que têm seu desempenho vinculado a índices de mercado, a exemplo do Ibovespa e do S&P 500. Essa é a razão pela qual também recebem o nome de fundos de índice. Funciona assim: quando o investidor compra um ETF, ele está comprando um conjunto de ativos automaticamente. Os ativos serão, no caso, os que compõem o portfólio do índice que esse ETF está seguindo. Importante notar: no Brasil, ETFs de ações reinvestem dividendos automaticamente, enquanto ações individuais os distribuem diretamente.
Quais são as vantagens e as desvantagens das ações e dos ETFs?
As ações individuais podem trazer bons resultados dependendo do tempo disponível e do nível de conhecimento do investidor sobre o mercado. Assim, caso ele escolha comprar ações de uma empresa que está fazendo bons negócios no mercado de capitais, ele terá uma boa chance de obter ganhos significativos. Caso contrário, ele pode até mesmo sair no prejuízo.
Em relação aos ETFs, entenda quais são os pontos fortes e fracos das ações individuais:
Vantagens das ações
- Rentabilidade: potencial de altos retornos;
- Renda passiva: recebimento de dividendos constantes;
- Autonomia: controle total sobre a escolha dos ativos;
- Custo: os ETFs possuem taxa de administração, mas geralmente são muito baixas, especialmente quando comparadas a fundos de investimento tradicionais. Em comparação com ações, hoje em dia, as corretoras costumam ter custos equivalentes para ambos.
Desvantagens das ações
- Risco: tende a ser maior em relação aos ETFs, pois há menos diversificação;
- Esforço de gestão: exige tempo, conhecimento de mercado e acompanhamento constante de empresas e macroeconomia.
- Custo: taxa de corretagem (caso houver).
Já o investimento em ETFs vai em outra direção. Nesse caso, o ganho está em aplicar o dinheiro, de forma simples, em uma série de ativos ao mesmo tempo. O investidor não escolhe a dedo quais ativos valem mais a pena, ele aposta em uma diversidade deles de maneira automática e eficiente.
Caso ele escolha investir no BOVA11, que replica a Ibovespa, estará colocando seus recursos nas principais ações da bolsa brasileira. Se escolher pelo SMALL11, irá focar em empresas menores que têm bom potencial de crescimento. É importante atentar-se para o fato de que quanto maior a diversificação de ativos na carteira, menor o risco para o investidor.
Vantagens dos ETFS
- Diversificação: maior e imediata, a escolha dos ativos é delegada a um profissional;
- Facilidade: demanda menor esforço do investidor, pois ele delega a gestão dos ativos;
- Risco: geralmente menor que o das ações;
- Custo: menor gasto com taxas de administração.
Desvantagens dos ETFS
- Consistência: retornos dependem do desempenho do índice;
- Rentabilidade: potencial de retorno moderado a baixo.
Como escolher entre ações e ETFs?
De maneira geral, as ações são indicadas para investidores arrojados, que têm alta tolerância ao risco, já que essa estratégia financeira pode levá-lo a grandes perdas ou ganhos. Os ETFs, por outro lado, são mais adequados para perfis moderados ou arrojados, porque, apesar da diversificação que tende a reduzir o impacto de quedas em ações específicas, dada a sua natureza de maior risco, ETFs de renda variável não são ideais para perfis conservadores.
Caso o investidor tenha um perfil moderado, ou seja, que equilibra apetite por risco e cautela, pode ser interessante aliar ações individuais e ETFs. Assim, ele irá se expor, ao mesmo tempo, a um bom potencial de ganho e a múltiplos ativos. Um exemplo seria um investidor que aplica 30% de seus recursos em IVVB11, que espelha o índice S&P 500, composto pelas maiores empresas dos Estados Unidos, e distribui os 70% restantes em ações de empresas promissoras do setor de energia renovável.
Seja qual for a estratégia escolhida, é fundamental que o investidor tenha clareza sobre seus objetivos e que mantenha uma rotina de acompanhamento dos resultados. Afinal, um investimento bem-sucedido depende de organização, de disposição e de adaptação constante às mudanças do mercado.
Algumas fontes consultadas:
https://blog.genialinvestimentos.com.br/o-que-e-etf
https://blog.genialinvestimentos.com.br/investir-em-etf
https://www.genialinvestimentos.com.br/onde-investir/renda-variavel/etfs