Você já recebeu aquela notificação vermelha no painel da Shopee avisando que um anúncio foi suspenso por falta de código de barras?
Ou ficou na dúvida se o seu produto realmente precisa de GTIN para continuar ativo depois de fevereiro de 2025?
Essas perguntas tiram o sono de muito vendedor — e com razão. A plataforma vem apertando o cerco para garantir padronização e melhorar a experiência de compra.
1. Por que a Shopee passou a exigir código de barras?
A Shopee cresceu em ritmo acelerado no Brasil, mas junto vieram anúncios duplicados, títulos confusos e erros de catalogação.
Para organizar o marketplace, a empresa decidiu adotar o GTIN (Global Trade Item Number), também conhecido como EAN ou código de barras.
O objetivo é simples:
- Padronizar listings: produtos iguais ficam agrupados, facilitando a busca.
- Reduzir fraudes: o número é único no mundo, evitando imitações.
- Melhorar a experiência do cliente: informações corretas de marca, cor e modelo.
A obrigatoriedade começa com categorias estratégicas — especialmente eletrônicos e eletrodomésticos — e se expande ao longo de 2025.
2. O que é GTIN / EAN na prática?
GTIN é um número de 8, 12, 13 ou 14 dígitos que identifica cada item comercial de forma global.
No Brasil, o formato de 13 dígitos (EAN‑13) é o mais comum: as doze primeiras posições indicam empresa + produto e o último dígito é o verificador.
Visualmente, ele aparece logo abaixo das listras pretas do famoso código de barras.
Pontos‑chave em termos de Shopee:
- Serve como “CPF” do produto.
- Usa o mesmo padrão de supermercados e grandes redes varejistas.
- Permite que sistemas automatizados puxem ficha técnica, imagens e garantam autenticidade.
3. Cronograma de obrigatoriedade na Shopee
A plataforma definiu um cronograma para não pegar vendedores de surpresa.
O calendário mais divulgado é este:
- 10/02/2025 – Eletrônicos e eletrodomésticos.
- 15/04/2025 – Beleza, cuidados pessoais e suplementos.
- 01/07/2025 – Brinquedos, papelaria e artigos infantis.
- Outubro/2025 – Demais categorias progressivamente.
Este roadmap pode mudar, mas a tendência é clara: GTIN será requisito em 100 % dos anúncios num futuro próximo.
4. Como saber se seu produto realmente precisa?
Nem todo item exige GTIN imediatamente. Para descobrir:
- Verifique a embalagem: se já existe código de barras impresso, você só precisa digitá‑lo na Shopee.
- Analise a categoria: roupas artesanais e kits personalizados costumam ter exceções temporárias.
- Consulte o FAQ do Seller Centre: a Shopee indica se a categoria está no cronograma de obrigatoriedade.
Em dúvida? A regra de ouro é: se o produto for fabricado em série e vendido em lojas físicas, certamente já tem GTIN.
5. Onde comprar ou obter o seu código de barras
Existem três caminhos principais:
- Direto do fabricante
- Se você revende marcas conhecidas, o GTIN já vem na caixa. Bastam olhos atentos.
- Associação GS1
- Para quem fabrica ou importa produtos próprios. É a via oficial, porém mais burocrática e com anuidade.
- Emissoras terceirizadas confiáveis
- Você pode comprar o GTIN em lotes prontos em poucos minutos, ideais para microempreendedores que precisam de poucos códigos.
Dica rápida: compre sempre a quantidade exata de GTIN que precisa. Cada variação (cor, tamanho, fragrância) exige um número exclusivo.
6. Passo a passo para cadastrar o GTIN no Seller Centre
- Acesse “Meus Produtos” e clique em “Editar”.
- Na aba Info Essencial, localize o campo “Código de barras (EAN/UPC)”.
- Digite os 13 dígitos do EAN‑13 sem espaços ou pontos.
- Clique em Salvar e aguarde a validação automática.
- Se aparecer “Código de barras inválido”, revise o check‑digit e confirme se não há zeros faltando.
Após a aprovação, o anúncio volta a ficar ativo e ganha mais relevância no algoritmo interno.
7. Benefícios além de evitar suspensão
Adotar GTIN não serve apenas para obedecer regra. Observe os ganhos:
- Melhor rankeamento: produtos verificados têm prioridade na busca.
- Anúncios patrocinados mais eficientes: o algoritmo entende melhor a relevância.
- Compatibilidade multicanal: o mesmo GTIN vale para Mercado Livre, Magalu, Amazon.
- Automação logística: leitores de código de barras facilitam conferência e reduzem erro de separação.
Quem implementa cedo colhe vantagens competitivas antes da massa de vendedores.
8. Erros comuns que travam suas vendas
Copiar GTIN de outro produto
- Pode gerar bloqueio permanente por infração de propriedade intelectual.
Usar GTIN genérico para várias variações
- Tamanhos diferentes precisam de códigos diferentes.
Digitar o número com hífen ou espaço
- O campo aceita apenas dígitos, qualquer outro caractere provoca rejeição.
Comprar de fornecedores duvidosos
- GTIN duplicado derruba o anúncio e afeta a reputação da conta.
9. Custos, prazos e ROI para pequenos sellers
Investimento médio:
- Adesão GS1: a partir de R$ 800 + anuidade.
- Fornecedores terceirizados: em torno de R$ 20 por código avulso, pacotes ficam mais baratos.
Retorno sobre investimento:
- Economia de tempo com planilhas e SKU duplicado.
- Menos multas ou suspensões na plataforma.
- Maior confiança do cliente, refletindo em conversões.
Quando se coloca na ponta do lápis, o GTIN paga‑se rápido, especialmente em nichos disputados.
10. O futuro da venda online padronizada
A exigência de código de barras na Shopee antecipa um movimento global de marketplaces:
- Combate à pirataria: números únicos dificultam falsificação.
- Big data: plataformas cruzam GTIN com estoque para prever demanda.
- Integração logística: transportadoras usam o mesmo código para rastrear pacotes.
- Sustentabilidade: etiquetas menores e informações digitais via QR Code reduzem papel.
Em outras palavras, quem dominar o GTIN agora estará pronto para novas ferramentas de anúncio, inteligência artificial de catálogo e checkout sem atrito nos próximos anos.
Checklist final para colocar em prática hoje
- Verificar categoria e data de obrigatoriedade.
- Mapear quais produtos já têm GTIN de fábrica.
- Calcular quantos códigos faltam e comprar apenas a quantidade necessária.
- Cadastrar no Seller Centre sem espaços ou caracteres extras.
- Atualizar fotos: esconder código de barras na imagem não faz sentido; mostre profissionalismo.
- Acompanhar o painel de métricas em busca de melhorias de exposição.
GTIN é mais aliado que obstáculo
Cumprir a regra pode parecer chato no início, mas, na prática, o código de barras:
- Organiza o catálogo.
- Aumenta a confiança dos compradores.
- Evita penalidades que derrubam a loja quando mais precisa de faturamento.
Quanto antes o vendedor se adaptar, menos correria terá quando a obrigatoriedade alcançar todas as categorias.
Então, aproveite este guia, trace seu plano de ação e transforme o GTIN em trampolim para escalar vendas na Shopee — não em pedra no caminho.